Á educação cabe saber explorar todos os talentos e tesouros escondidos no interior de cada ser humano. (Delors, 1996)
Segundo Canário , o espetro da globalização que invadiu o universo da economia atinge inexoravelmente o sistema educativo. A velocidade transaccional da informação e dos transportes permite a troca de produtos, serviços e culturas entre países. E, é nessa fronteira aberta e esbatida que também passam problemas e crises como a da educação comum em variadíssimos países. Perante esta circulação livre, veloz e multiespacial o mundo surge " dominado por uma racionalidade económica onde o sentimento de pertença se define por relação com um mercado mundial e deixa de se definir pela pertença a uma comunidade politica" (Canário, 2006:32) . Este autor refere que em paralelo com os processos de reorganização empresarial que afetam as organizações públicas, a escola é " marcada por uma tensão contraditória entre modos de gestão participativos e modos de gestão neotayloristas, com reprecussões negativas na profissião docente" , no desempenho dos alunos : elevado insucesso e abandono escolar,.. e, na relação entre educação e emprego. A dificuldade do estado em resolver os problemas dos sistemas educativos, acentua o abismo criado entre as escolas e sociedade multicultural, pluralista, tecnológica e global. Reencontrar novos métodos, novos paradigmas, uma nova visão de escola é tarefa que a todos nos deve unir como forma de encontrar soluções e respostas multiplas. Será que o caminho passa pela desconstrução de saberes? ou será que esse mesmo caminho envolve diferentes e diversos saberes reunindo num único debate os nossos saberes adquiridos no passado e aqueles que pela descoberta partilhada vamos construindo?
Será que o caminho da escola é a continuação da colagem ao modelo de fábrica?

Ainda como resposta à questão colocada, poderemos recorrer ao vídeo de Ken Robinson que defende uma não uma educação instrumentalizada em favor da industrialização mas uma educação promotora de desenvolvimento pessoal e social de cariz humanista. A educação deverá promover a criatividade e a aprendizagem plurissensorial, fazendo apelo aos diferentes tipos de inteligência. Obviamente que as crianças de hoje não são de todo iguais às crianças de ontem...o mundo à sua volta mudou, as fontes de informação são inúmeras e diversas...o seu saber é múltiplo, a sua inquietude torna-o num ser amplamente curioso e imaginativo pelo que rapidamente poderá ser conotado com sendo portador de ADHD... e o sistema acaba por anestesiá-lo com ritalina, atrofiando e impedindo o seu crescimento natural. O autor menciona que a escola deve apostar nas motivações individuais dando oportunidade a cada aluno de consolidar as suas aprendizagens, desenvolvendo as suas competências numa prática reflexiva e dialética para que todos possam descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo.
Pela sua apresentação Ken Robinson promove do oficio de aprender, assente na reflexibilidade das operações cognitivas que se realizam num determinado momento de aprendizagem. Perante tais registos a escola precisa de se reencontrar com a sua sociedade e com a sua comunidade educativa de forma a resistir e a renovar-se continuamente de modo inclusivo, plural e humano, possibilitando a produção de novas formas de conhecimento e outros ritmos de aprendizagem.
Pela sua apresentação Ken Robinson promove do oficio de aprender, assente na reflexibilidade das operações cognitivas que se realizam num determinado momento de aprendizagem. Perante tais registos a escola precisa de se reencontrar com a sua sociedade e com a sua comunidade educativa de forma a resistir e a renovar-se continuamente de modo inclusivo, plural e humano, possibilitando a produção de novas formas de conhecimento e outros ritmos de aprendizagem.
Onde estão as chaves do tesouro: a caixa que contem o segredo da educação?
Mudar de pradigma , de linguagens de praticas e atitudes é talvez o desafio que enfrentam os sistemas eductivos, os docentes, os alunos, os pais e politicos. hoje um novo vocabulário deve constar de programas, currículos e projetos , modelos e metodologias,...tais como produtividade, competitividade, eficácia, competência, empregabilidade. Educar surge conotado com a ideia e a prática de formar, sempre numa perspetiva, continua, societal e processual, ao longo da vida ( Canário, 2006).
Paralelamente, Roberto Carneiro apela para uma desconstrução de saberes, para voltar reconstruir de novo, sendo necessário uma forte capacidade de diálogo e de liderança assente numa coerente e eficaz visão de futuro. Este autor (1994:10) descreve que este tipo de liderança deve entender a base da sociedade numa dimensão tridimensional:
Paralelamente, Roberto Carneiro apela para uma desconstrução de saberes, para voltar reconstruir de novo, sendo necessário uma forte capacidade de diálogo e de liderança assente numa coerente e eficaz visão de futuro. Este autor (1994:10) descreve que este tipo de liderança deve entender a base da sociedade numa dimensão tridimensional:
" - sociedade do risco- perspetiva o espírito empreendedor, as formas de trabalho flexíveis e precárias pressupõem, um modelo de educação mais autónomo, menos homogéneo e mais diverso e plural;
- sociedade ativa- como nova utopia do séc. XXI, na qual todos têm o direito a uma atividade e à participação nas tarefas de desenvolvimento da comunidade;
- sociedade educativa- dominada pelo paradigma humano e da capitalização cultural ao invés da omnisciência económica."
Em contrponto, este autor (1994) , apela ainda para uma simbiose complexa entre aprendizagens novas e antigas e defende um paradigma humanista assente em princípios solidariedade e de competitividade para redesenhar os sistemas educativos e responder aos desafios da mudança, da incerteza e do futuro. Propõe assim :
Em contrponto, este autor (1994) , apela ainda para uma simbiose complexa entre aprendizagens novas e antigas e defende um paradigma humanista assente em princípios solidariedade e de competitividade para redesenhar os sistemas educativos e responder aos desafios da mudança, da incerteza e do futuro. Propõe assim :
1- Uma Trilogia de valores referentes ao aprender a viver juntos, aprender a aprender juntos e aprender a crescer juntos;
2- Um Novo Profissionalismo que valoriza :
2.1 - As competências metacognitivas e horizontais da eficácia alargada que resista quer ao tempo, quer às mudanças aceleradas
2.2 - Um conjunto de prioridades educativas relativas às competências comunicacionais, relacionais, criativas, tecnológicas, negociais, estéticas, éticas, comunitárias e de cidadania
2.3 - A capacitação para a constante formulação de hipóteses inovadoras como recusa de respostas únicas e absolutas,
2.4 - exercício de uma aprendizagem continuada e autónoma decorrente de uma permanente avaliação pessoal de insuficiências
Neste âmbito, pela operacionalização de tais propostas a educação estaria a contribuir ativamente para a emergência de uma nova renascença, produzida na intersecção das artes, da economia e do humanismo, da eficácia e dos valores universais, das ciências, da razão e do mistério(Carneiro,1994:10)
Também o Conselho da Europa apresenta alguns indicadores dirigidos aos diferentes sistemas educativos, visando a competitividade e a coesão social da comunidade Europeia no contexto internacional. Nomeadamente: O desenvolvimento de competências essenciais por todos os alunos; A formação do o aluno para a aprendizagem ao longo da vida; O crescimento económico sustentável, aumentando o sucesso escolar e a qualidade das aprendizagens; A equidade na educação; Uma escola inclusiva e democrática; O desenvolvimento uma cidadania ativa preparando os alunos para uma, participação responsável, colaborativa e confiante; - A qualidade da formação inicial e contínua do professor; O desenvolvimento das comunidades escolares; Uma liderança com visão de futuro; Uma avaliação dos sistemas tendo em vista práticas de melhoramento;Neste contexto, Canário defende que a ideia é transformar os problemas em ação e propostas educativas e promover práticas de colaboração e partilha na comnidade educativa ( seja ela presencial ou virtual). O autor defende que os principais recursos da Educação são as pessoas, os saberes e as experiências significativas de mobilização, sendo que é difícil não haver envolvimento quando as pessoas se tornam sujeitos e atribuem um sentido positivo ao trabalho que realizam.

O sonho que nos comanda: a utopia da vida!
As novas sociedades têm vindo a transformar as dimensões sociais, politicas, éticas, económicas e emocionais da existências humana. Esta modificção impõe-nos o dever de compreender o melhor o "eu ", o outro e o mundo. Esta ideia, " levou a comissão europeia a dar mais importância a um dos quatro pilares por ela considerados como a base da educação trata-se do Aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento acerca dos outros, da sua história, tradições e espiritualidades. E a parti daí criar um espirito novo,..., que conduza à realização de projetos comuns ou, então, a uma gestão inteligente e apaziguadora dos insvitáveis conflitos. Utopia, pensarão alguns, mas utopia necessária, utopia vital para sair do ciclo perigoso que se alimenta de cinismo e da resignação."
Bibliografia
Canário, Rui (2006) - A Escola e a Abordagem Comparada. Novas realidades e novos olhares, in: sisifo.fpce.ul.pt/pdfs/03-RCanario.pdf (consultado em 22/4/2012)
Carneiro.R. (1994) – A evolução da economia e do emprego. Novos desafios para os sistemas educativos no debaldar do sec. XXI . in: http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/resource/view.php?id=1166181
Vaniscotte, Francine - Les systèmes éducatifs en Europe, in: : http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/resource/view.php?id=1166031 (consultado em 22/4/2012)
Comissão das Comunidades Europeias (2006) - DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO ESCOLAS PARA O SÉCULO XXI, in: http://ec.europa.eu/education/school21/consultdoc_pt.pdf (consultado em 22/4/2012)
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